Fílis e Demofonte
Conta o mito que Demofonte, filho de Teseu, o rei de Atenas, estava voltando da Guerra de Troia quando a sua embarcação parou no reino da Trácia. A pausa deveria ser apenas para reabastecer os navios e continuar rumo a Atenas, afinal, haviam 10 anos que o príncipe tinha sido enviado para guerra sem nunca voltar. Entretanto, enquanto os marinheiros abasteciam o navio, Demofonte passeava pela região e acabou por conhecer Fílis, a filha do rei.
Os dois jovens apaixonaram-se tão rápido, quando seus olhos se cruzaram, que, levados pelo sentimento, organizaram rapidamente um acordo para se casarem.
Demofonte, sendo filho de um rei poderoso, não tem dificuldade para firmar o acordo com o pai de Fílis, que concorda com o casamento da filha. Porém, o jovem não poderia ficar muito tempo na Trácia. O seu pai, Teseu, esperava ansiosamente notícias do filho e era justo não fazê-lo esperar mais.
Diante dessa situação, Demofonte pede que Fílis aguarde por quatro meses até ao retorno do príncipe ateniense. A jovem concorda e diz que esperará o seu amado, e assim, os navios gregos lançaram-se ao mar, rumo a Atenas.
O tempo, não tendo outra coisa a se fazer, passou. A cada lua cheia as esperanças de Fílis e a expectativa do retorno aumentavam. A jovem ficava a olhar o horizonte todos os dias, esperando algum sinal de um navio vindo de Atenas. Porém, passaram-se os dias, os meses e nenhum sinal de Demofonte e as suas embarcações. Passaram-se os quatro meses pedidos pelo príncipe e nenhum sinal. Ainda assim, Fílis mantinha-se firme e à sua espera.
O tempo continuava passando e cada dia a mais a esperança da jovem Fílis diminuía. Sentindo-se enganada, ela passou a acreditar que as promessas de Demofonte foram feitas da “boca para fora”, apenas para iludir e conseguir deitar-se com a princesa. Sentindo-se triste e desonrada com a situação, a jovem resolve tirar a própria vida como sinal do seu desgosto pelo que lhe aconteceu. Observando tudo do Olimpo, os Deuses ficaram com pena de Fílis e não permitiram que a jovem morresse, mas sim transformaram-na em uma árvore frondosa, de frente para o mar.
Mais alguns meses se passaram e Demofonte finalmente regressou. Porém, ao saber do trágico fim de sua amada, o príncipe foi até á sua árvore e abraçou-a com todo o Amor do seu Ser. Nesse momento, a árvore, ou melhor Fílis, começou a desabrochar as suas flores e a seiva escorreu por todo o tronco. Os amantes, enfim, puderam ficar juntos.
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