Teseu



Teseu foi, na mitologia grega, um grande herói ateniense. O seu nome significa "o homem forte por excelência". Embora não haja registos históricos que provem indiscutivelmente que Teseu existiu, alguns historiadores supõem que ele governou Atenas entre 1234 a.C. e 1204 a.C., pois consta na lista tradicional dos Reis de Atenas.


Egeu casou-se com duas mulheres, Meta, filha de Hoples e Chalciope, filha de Rhexenor, mas não teve filhos com nenhuma delas; temendo perder o reino para seus irmãos (Palas, Niso e Lico), Egeu consultou a Pítia, mas não entendeu a sua resposta. Na volta para Atenas, Egeu hospedou-se em Trezena, cujo rei Piteu, filho de Pélope, compreendendo o oráculo, fez Egeu embebedar-se e deitar-se com sua filha Etra. 

Na mesma noite, Poseidon também se deitou com Etra. Egeu pediu a Etra que, se ela desse à luz um menino, só revelasse ao filho quem era seu pai quando ele tivesse forças para segurar a espada e as sandálias que ele escondera sob uma enorme pedra. Depois disso devia ir em segredo até Atenas, carregando consigo a espada do seu pai e calçando as suas sandálias. 

ENua viagem, chegou a Epiadouro, onde encontrou Perifetes, filho de Hefesto e de Anticleia. Perifetes, assim como o seu pai, era coxo e usava a sua muleta como clava para matar os peregrinos que caminhavam para Epiadouro. Teseu matou-o com a sua própria muleta/clava e guardou-a como lembrança da sua primeira vitória. Teseu passou por várias outras batalhas, entre elas, o gigante filho de Poseidon, que amarrava os seus inimigos a um pinheiro e, em seguida, atirava-os contra rochas, envergando o mesmo até o chão. Teseu fez o mesmo com Sínis e continuou a sua viagem.

Quando Teseu chegou a Atenas já era conhecido pelos seus feitos, mas o rei Egeu não sabia que ele era seu filho. Medeia já estava instalada no palácio real depois de fugir de Corinto após o assassinato de quatro pessoas, inclusive seus dois filhos. Medeia sabia da identidade do herói, mas não contou a Egeu, convenceu-o a matar o forasteiro, que poderia ser uma ameaça ao seu reinado. Colocou veneno no vinho e ofereceu ao ilustre visitante. 

Teseu tirou a espada para seu conforto à mesa e Egeu o reconheceu, evitando assim a sua morte. Medeia mais uma vez foi expulsa de um reino, só que desta vez voltou para a Cólquida. Variantes do mito contam que Medeia mandou o seu enteado na missão de capturar um touro bravo que vivia perto de Atenas, na planície de Maratona. 

Este touro seria o de Creta, do 7º trabalho de Héracles. Depois de morto o touro, foi feito um sacrifício para Apolo e, quando Teseu empunhou a  espada, foi reconhecido pelo pai. Na véspera da caçada uma senhora hospedou Teseu  a sua humilde casa e prometeu um sacrifício para Zeus se ele voltasse vivo e vitorioso. 

Quando voltou para ver sua anfitriã, que se chamava Hécale, Teseu encontrou-a morta e instituiu num culto a Zeus para sua honra. Antes de tornar-se rei, Teseu precisou enfrentar a sua própria fúria animal na forma de um touro. Este mesmo touro foi o responsável pelo encontro de Teseu com Ariadne, filha de Minos, o que pode ter sido o início de sua derrocada. Ao tomar conhecimento de que os seus primos, os cinquenta Palântidas, queriam tirar o trono do seu pai, Teseu resolveu acabar com eles. Os primos dividiram-se para fazer uma emboscada, mas não adiantou muito, pois Teseu foi avisado pelo arauto chamado Leos. Conta-se que, depois da 'limpeza familiar', Teseu teve de se exilar por um ano em Trezena.


Teseu e o Minotauro de Creta:

Para combater o touro de Creta, foi enviado anteriormente por Egeu o jovem Androgeu, que era filho de Minos e sua esposa Pasífae, reis de Creta. Dizem que o motivo foi a inveja pelo desempenho do jovem nos jogos de Atenas. Como o jovem pereceu tentando matar o touro, o seu pai Minos resolveu fazer uma guerra contra Atenas, da qual saiu vencedor. Uma variante do mito dá a morte de Androgeu por motivos políticos, pois este teria unido-se aos Palântidas, que eram inimigos de Egeu. Minos rumou para Mégara com a sua poderosa esquadra e logo partiu para cercar Atenas. 

Durante a guerra uma peste enviada por Zeus contra os atenienses provocou a derrota de Egeu, o que levou o rei Minos a cobrar uma taxa a cada nove anos. A taxa foi em forma de sete rapazes e sete raparigas atenienses enviados para Creta, onde seriam colocados no labirinto para serem devorados pelo seu filho monstruoso, o Minotauro. Na terceira remessa de jovens, Teseu estava presente e resolveu intervir no problema. Entrou no lugar de um jovem e partiu para Creta para entrar no Labirinto. Na partida usou velas pretas para navegar e o seu pai entregou-lhe um jogo de velas brancas, para usar caso saísse vitorioso na missão. 

Com efeito, a linda Ariadne, filha do poderoso Minos, apaixonou-se por Teseu e combinou com ele uma forma de encontrar a saída do terrível labirinto. Algo bastante simples: apenas um novelo de lã. Ariadne ficaria à entrada do palácio, segurando o novelo que Teseu iria desenrolando à medida que fosse avançando pelo labirinto. Para voltar ao ponto de partida, teria apenas que ir seguindo o fio que Ariadne seguraria firmemente. Teseu avançou e matou o monstro com um só golpe na cabeça.

No caminho de volta, parou na ilha de Naxos e de lá zarpou, deixando Ariadne a dormir. Esta é a versão mais conhecida e numa outra é Dionísio que pediu para Teseu deixar a jovem lá. Como presente de núpcias para Ariadne, Dionísio deu-lhe um diadema de ouro cinzelado feito por Hefesto. Este diadema foi mais tarde transformado em constelação. 

Dionísio e Ariadne tiveram quatro filhos: Toas, Estáfilo, Enopião e Pepareto. Noutra variante, Teseu abandonou Ariadne porque amava Egle filha de Panopleu. Numa quarta variante, levou Ariadne para a praia da ilha para amenizar seu enjoo. Um vento muito forte deixou o navio à deriva e quando ele conseguiu voltar encontrou a princesa morta .

A escala seguinte foi na ilha de Delos, onde consagrou uma estátua de Afrodite, presente de Ariadne. Depois ele e os seus companheiros realizaram uma dança circular que se tornou um rito na ilha de Apolo e foi executado por muito tempo. Ao aproximar-se de Atenas, Teseu esqueceu-se de trocar as velas negras pelas velas brancas e o seu pai, quando avistou o navio, achou que ele havia morrido na empreitada, atirando-se do penhasco no mar, que então passou a levar o seu nome. Subindo ao trono, Teseu organizou um governo em bases democráticas, reunindo os habitantes da Ática, fazendo leis sábias e úteis para o povo. 

Vendo que tudo corria bem e os atenienses estavam felizes, Teseu mais uma vez ausentou-se em busca das aventuras que tanto apreciava. Teseu liderou uma luta contra as Amazonas e as suas origens são contadas com alguma diferença. Numa das versões lutouao lado de Hércules e recebeu como prémio a Amazona Antíope e teve com ela um filho chamando Hipólito.  Noutra versão Teseu foi sozinho à terra das Amazonas e raptou Antíope. As Amazonas então invadiram a Ática para vingar o rapto. Numa terceira variante, as Amazonas invadiram Atenas, pois Teseu tinha abandonado Antíope para se casar com a irmã de Ariadne, Fedra. 

De qualquer maneira, para comemorar a vitória sobre as Amazonas os atenienses instituíram as festas chamadas Boedrómias. Numa das suas aventuras com Pirítoo, resolveu raptar Helena, ainda criança, e logo em seguida ir a Hades raptar Perséfone. Este fato foi estimulado porque as duas eram de ascendência divina. Resolveram que Helena seria esposa de Teseu e Perséfone de Hades. 

Os heróis foram a Esparta e raptaram Helena de dentro de templo de Ártemis, mas não contavam que os irmãos da jovem, Castor e Pólux, fossem atrás da irmã. Teseu levou Helena para Afidna para ficar sob os cuidados da sua mãe Etra e ele e Pirítoo foram até Hades raptar Perséfone. Durante esta aventura Castor e Pólux conseguiram resgatar a sua irmã. Este resgate foi facilitado por Academo, que revelou o esconderijo da princesa. 

No reino de Hades foram convidados pelo seu rei para se sentarem e comerem, com isso ficaram presos nos assentos infernais. Quando Hércules foi ao inferno libertá-los, somente foi permitido levar Teseu, ficando Pirítoo preso na 'cadeira do esquecimento'.

Quando Teseu voltou para Atenas encontrou a cidade transtornada e transformada. Cansado de tanta luta e do trabalho administrativo, enviou os seus filhos para Eubéia, onde reinava Elefenor (enganar com promessas), e resolveu morar na ilha do Ciros. Licomedes (o que age como lobo), o rei da ilha de Ciros, sentindo-se ameaçado, resolveu matar o herói, atirando-o de um penhasco. 

Mesmo depois da sua morte, a alma sem o corpo de Teseu ajudou os atenienses durante a batalha de Maratona, em 480 a.C., afugentando os persas. Porém, os atenienses, arrependidos, foram a Ciros buscar as suas cinzas e ergueram um templo magnífico em sua honra.

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