Jacinto


Jacinto era um jovem de rara beleza e muito cobiçado pelos deuses do Olimpo. Segundo a lenda, ele nasceu em Esparta, fruto da união de Clio, uma das musas, e de um mortal. Além de belo, Jacinto também era musculado e forte, características que chamaram a atenção de Apolo que, apaixonado pelo jovem, seguia-o aonde quer que ele fosse.

Jacinto também era cortejado pelo poeta Tamires e por Zéfiro (o vento oeste), que o conheceu antes do deus sol. Tamires acreditava que se poderiam colocar contra Apolo. Então Para se livrar do poeta, Apolo diz às musas que Tamires se gabava de cantar melhor do que elas. As musas, zangadas e vingativas, tiraram-lhe a voz, a visão e a memória. Foi o fim de Tamires. Zéfiro, que conhecia os poderes de Apolo, permaneceu contrariado. Porém, um ódio crescia na sua alma, despertando-lhe a vingança.


Aconteceu que, um dia, quando Jacinto e Apolo se divertiam com um jogo - Jacinto destacava-se em todos os desportos - Apolo lançou o disco, com tanta força que Jacinto, entusiasmado com o lançamento, correu para o apanhar. Era a oportunidade que Zéfiro - triste pela preferência de Jacinto por Apolo - aguardava. O Vento Oeste, escondido no meio da folhagem de uma árvore, agarrou o disco em pleno voo, e lançou-o contra o crânio de Jacinto, que caiu morto no mesmo instante. Apolo, cheio de desespero , correu até ele, levantou-o nos braços, mas a cabeça do jovem sem vida tombou sobre os ombros do deus do Sol. Apolo era a própria imagem da tristeza infinita e do desespero. O que era desejo tornou-se subitamente em dor.

Sentindo-se o único culpado pela morte de Jacinto, Apolo jura que ele viverá para sempre na sua lira como uma flor que renascerá em cada primavera, no mesmo instante que o sangue de Jacinto chegou ao chão, se transformou numa flor muito semelhante ao lírio, porém, roxa: a flor do Jacinto que renasce todas as Primavera.

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